Os anos compreendidos entre 1955-1975 no Brasil são momentos de radicais mudanças que vão da eufórica, porém controversa, construção de uma nova capital nacional ao mergulho numa ditadura militar. Bem diverso do orgulho nacional tão cultuado e celebrado dos primeiros tempos modernos, o vínculo irremediável com a ditadura, talvez ajude a explicar, mesmo que parcialmente, a escassez de pesquisas sobre as obras dessa fase. Mesmo que a ditadura se caracterize por uma abrupta descontinuidade, os anos 60 sem dúvida nos remetem a desdobramentos centrais na implementação da política desenvolvimentista com forte impacto no espaço urbano e na arquitetura, que muitas vezes se expressou através de uma linguagem brutalista, de traços similares no país, porém de modo bem mais heterogêneo em cada região brasileira do que aquele que a historiografia brasileira tem registrado. Percebe-se que há manifestações brutalistas que acontecem simultaneamente no Brasil que divergem geograficamente, conceitualmente e arquitetonicamente das já reconhecidas e evidenciadas manifestações do ?brutalismo paulista?. Assim como alguns autores vêm contribuindo com o alargamento do entendimento do brutalismo e da primazia do centro irradiador inglês, revelando a pluralidade geográfica, a polissemia dos conceitos e a polivalência das soluções arquitetônicas no mundo, isso também acontece de maneira similar em relação à produção paulista e as demais realizações no vasto território brasileiro. Esse trabalho então visa em primeiro lugar fazer um levantamento do patrimônio arquitetônico e urbanístico dos campi da UFBA e abrir uma linha de investigação que se propõe a ampliar o entendimento da arquitetura moderna pós-Brasília a partir do estudo de um caso específico de manifestações baianas