Discussões e propostas de padronização de terminologias nas décadas de 1960 e 1970 e seus impactos na construção da cidade Latino-Americana: o caso dos Congressos Pan-Americanos de Arquitetos e da Sociedade Interamericana de Planejamento

A formação da cidade pode ser entendida através de vários aspectos, entre eles seu desenvolvimento tecnológico, político, social, econômico, mas, também terminológico. O período pós-segunda guerra mundial marcou, significativamente, a ampliação e o confronto de diferentes experiências realizadas em diversos países latino-americanos em torno de uma série de fóruns especializados como os Congressos Pan-Americanos de Arquitetos, os Congressos Inter-Americanos de Municípios, os Congressos Pan-Americanos de Habitação Popular e os Congressos da Sociedade Inter-Americana de Planejamento. Desse modo, o que pode ser percebido a partir da análise das temáticas propostas nesses fóruns é que a aproximação de profissionais de diversas nacionalidades e a discussão de assuntos específicos resultou na necessidade e esforço de padronização de terminologias. Neste artigo propomos analisar esse fato nos Congressos Pan-Americanos de Arquitetos e nos Congressos da Sociedade Inter-Americana de Planejamento nos encontros realizados entre as décadas de 1960 e 1970; este recorte temporal corresponde justamente ao período de maior representatividade em relação ao panorama apresentado. Do mesmo modo, propomos entender como essas questões relacionadas à diversidade de denominações terminológicas eram pensadas, refletidas e articuladas na tentativa da “construção” da cidade latino-americana nos termos apontados por Gorelik (2005), assim como, na busca pela cidade latino-americana “sonhada”.