Este artigo pretende contar uma história que se apaga. Toma-se como ponto de partida dessa história o projeto arquitetônico e urbanístico realizado por Lina Bo Bardi para a Cooperativa de Camurupim, situada em Propriá (Sergipe), na margem do rio São Francisco (1975-1976). Há muito material gráfico sobre esse projeto, principalmente propostas para a implantação de um núcleo urbano-rural, para a realização da sua infra-estrutura e para a execução das suas casas. Embora existam todos esses documentos relativos à Cooperativa de Camurupim, tal projeto não é realizado. A partir dessa constatação, formulam-se algumas perguntas: Por que é proposto? Quais são as soluções que adota, e por quais motivos? Por que não é executado? Considera-se que tanto a sua proposta de execução quanto a sua derradeira inexecução são significativas: podem evidenciar tais destroços da história apontados por Walter Benjamin.