O foco desse artigo centra-se num debate pouco enfrentado no campo da preservação e da conservação do patrimônio edificado: as intervenções despretensiosas de pequeno vulto e, a princípio, de pouco impacto no patrimônio edificado. Essas intervenções que parecem não impor significativas mudanças para a obra, são realizadas sem muito debate e atenção, mas podem gerar enormes perdas para a expressão da linguagem característica da arquitetura de um determinado período. É a partir dessa perspectiva que propomos aqui analisar pequenas intervenções no patrimônio edificado da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e as grandes perdas que elas impõem à integridade e à autenticidade das características arquitetônicas das edificações. Esta é uma discussão complexa, dada a uma série de questões de gestão, necessidade de atualização espacial das demandas da vida universitária e possibilidades/ disponibilidade de recursos para execução de obras na universidade pública. Sabe-se que com as mudanças de uso, crescimento dos cursos e do número de alunos e as inovações tecnológicas, muitos edifícios tiveram que passar por adaptações. Contudo, o que se pretende entender ao final é: como a falta de preocupação com as características específicas destes edifícios nas decisões de intervenção terminam desqualificando sua linguagem original e como a universidade vem se relacionando com a preservação de seu patrimônio construído.