Arquiteturas da recordação e do esquecimento: por um reconhecimento das manifestações modernas soteropolitanas

As cidades estão marcadas pela presença de arquiteturas que são constantemente recordadas pelos cidadãos. Arquiteturas que têm suas partes intactas ou retocadas, marcando suas persistências na atualidade. Arquiteturas que se afirmam diante do presente e que remetem a tempos passados. Mas as cidades também estão conformadas por arquiteturas do esquecimento. Nesse caso, suas partes estão constantemente depredadas ou desaparecidas. Essas arquiteturas praticamente desaparecem diante do presente e pouco remetem ao passado. Mas os espectros das suas presenças não deixam de ser marcantes. O presente texto trata dessas arquiteturas que são retomadas através do reconhecimento das pistas voluntárias e dos rastros involuntários. Pistas voluntárias são aquelas deixadas com a intenção de perdurar e indicar determinados relatos de acontecimentos. Os rastros involuntários são constituídos por elementos precários que não são criados com intenção de perdurar e de relatar nada. São aqueles que passam sem serem notados e que estão permanentemente ameaçados de desaparição. Há ainda uma outra possibilidade: das pistas voluntárias se transformarem em rastros involuntários. Isso acontece quando os elementos deixados intencionalmente passam a ser lidos a partir dos seus contrapontos. São elementos incontrolados que despontam, tornando possível rastrear traços de outras histórias existentes. O texto usa os procedimentos expostos para ampliar a recuperação da memória das arquiteturas modernas soteropolitanas. Trata-se assim de expor e aplicar um método que pretende não somente possibilitar o acesso a outras arquiteturas conformadoras da cidade moderna, mas também permitir que essas passem a ser reconhecidas, retomadas e preservadas dentro das dinâmicas contemporâneas.  

Ano: 
2013